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Luísa Castel-Branco

Ana Filipa Oliveira disse sobre “Não Digas a Ninguém”

Luísa Castel-Branco, 26.11.09

 

 

     
 
Sou uma portuguesa de 29 anos que mora há quase um na Alemanha. O meu grande sonho é escrever um livro. E ando sempre a prometer a mim mesma que "este ano é que é", mas não sei o que se mete entre mim e a criação. As vozes, às vezes muitas, outras vezes quase nenhumas - nem se sentem, andam por aqui. Parabéns, por com 54 anos, já estar no seu segundo romance. Quando vi a apresentação do mesmo, salvo erro no Só visto!, pensei "Nunca é tarde para começar!" Os livros ainda não me tocaram, pois ainda não os li. Mas as suas palavras, sim, foram uma inspiração para mim.
Visite o meu livro, leia-se blog, em Coisas Banais - http://coisasbanais.blogspot.com. Terei muito prazer em recebê-la por lá. Até breve.
 
 
Ana,
Nunca é tarde para começar e nunca deve desistir.
A única recomendação que lhe posso dar é que não pense que está a escrever um livro, deixe pura e simplesmente as palavras rolarem, as vozes saltarem para o papel, sem qualquer compromisso.
Um dia, sem que se aperceba porquê, tudo fará sentido.
Um abraço,
 
Luísa

Fernando disse sobre “Não Digas a Ninguém”

Luísa Castel-Branco, 26.11.09

 


     
 
Ontem adquiri o seu último livro. Vai ser a minha leitura desta semana.

Há tempos atrás li a Alma. E fiquei deslumbrado. Ainda hoje é um dos livros que recomendo aos amigos.

Há muitos anos, na cidade de Santarém, conheci uma jovem adolescente que, salvo erro, também se chamava Luisa Castelo-Branco.

Ambos pertenciamos ao movimento Oasis , um movimento de jovens católicos. Ela andava no então Colégio Andaluz. Cruzamo-nos num retiro no Lar Andaluz.

Será concerteza outra Luisa (se é que era mesmo Luisa , porque a memória por vezes atraiçoa).
 
Fernando,
Não era eu. Sou nada e criada em Lisboa, ainda que tenho para mim que foi um engano! Só o campo me faz feliz.
Espero a sua opinião.
Um abraço,

Paula C. disse sobre “Não Digas a Ninguém”

Luísa Castel-Branco, 26.11.09

 


     
 
Olá Luísa,

Comecei a ler o seu novo livro.
Gostei imenso do primeiro, tocou-me bastante. Agora,
apesar de ainda estar no início, já me conseguiu agarrar e estou bastante curiosa com o que vai acontecer com aquelas amigas naquele fim-de-semana. Gosto muito da forma como escreve, muito directa.
Vou continuar a "viajar" pelo seu livro, depois dou
notícias quando chegar ao "destino final", com as
minhas impressões finais sobre este "Não digas a ninguém".
E... acho que "vou dizer aos meus amigos" para o lerem também...

Um beijo enorme

Paula
 
Paula,
 
E eu aqui estarei à sua espera!

Sandra Melo disse sobre “Não Digas a Ninguém”

Luísa Castel-Branco, 26.11.09

 

 

     
 
Acabei...Adorei... simplesmente fabuloso mais uma vez... já estou à espera de outro. Como sempre consegue escrever de uma forma espectacular, consegue descrever os sentimentos de uma forma tão real.
Um grande abraço desta grande fã.
Sandra Melo
 
 
Sandra,
Como escrevi anteriormente, saber que gostou do meu novo romance é mesmo muito importante para mim.
É estanho esta coisa de dar vida às vozes que me habitam. E é mesmo verdade que quando todos esses dias e longas noites se transformam num o livro, ele deixa de nos pertencer, como um filho que saiu cedo demais de casa e anda para ai perdido nas mãos, nas casas, nas vidas dos outros.
E cada leitor é um juiz daquilo que fiz. Porque se não consegui contar a história que estava dentro de mim, falhei. Se a escrevi mal, claro que falhei. Se não tive mestria para transmitir a mensagem que as vozes me deram, então falhei totalmente.
Por tudo isto, muito obrigada.
 
Luísa

Carla Matilde disse sobre “Não Digas a Ninguém”

Luísa Castel-Branco, 26.11.09

 


     
 
Cara Luísa,
Li o "Alma e os mistérios da vida" e, tal como já referi anteriormente, achei fabuloso! Quanto ao seu novo romance, já sei o que me vou oferecer este Natal :) Já aguardava com alguma curiosidade e depois de a ter ouvido falar no programa "Portugal no Coração" esta curiosidade aguçou-se um pouco mais! Quem me manda ser tão viciada em leituras?!
Mais tarde lhe direi o meu parecer...
 
 
Carla,
E aqui fico eu a aguardar a sua opinião.
Mil beijos e muito obrigada. Para quem escreve as palavras de apoio são precisosas.

Lucilia da Australia

Luísa Castel-Branco, 26.11.09

 

Lucilia Sampaio disse sobre O QUE EU NÃO SEI na Terça-feira, 24 de Novembro de 2009 às 03:54:

     
 
Ola Luisa,

Vivo na Australia e vi o lancamento do seu ultimo livro "Nao digas a ninguem" no "So Visto".
Gostava de o ler, mas tentei procurar na Net onde compra-lo e nao consigo encontrar nenhuma informacao. Se pudesse dar-me alguns contactos era porreiro.
Boa sorte para o seu livro.

Fique bem

Um grande abraci da terra dos cangurus

Lucilia Sampai
o
 
Lucília,
Que maravilha que é este mundo da Net que permite que coloca tudo tão perto de nós!
Muito obrigada pelo seu email, vindo dai tão longe e ao mesmo tempo estamos aqui tão juntas, não é verdade?
Pode adquirir o livro na Fnac ou Bertrand.
Creio que lhe poderão enviar. Se tal não acontecer por favor não hesite em me contactar novamente aqui para o blog.
E conte-nos como é a vida por ai. Se calhar até nos vai trazer uns momentos de esperança, que por aqui bem precisamos!
Um abraço,
Luísa

O QUE EU NÃO SEI

Luísa Castel-Branco, 20.11.09

 

 

 

 

 

 
Vivo rodeada por espelhos mágicos, como aqueles que existiam na Feira Popular quando eu era miúda, e cada um mostrava a nossa imagem de formas distorcidas e todas diferentes.
Espelhos e portas.
Portas que aparecem de repente, no meio da sala de reunião onde estou, onde devo estar atenta às palavras dos outros.
Contudo, elas surgem do nada. Uma porta, sem parede alguma, seguida de outra e outra.
Por vezes transformam-se num labirinto, um dos meus medos mais profundos.
Medo tão grande e estúpido que em tempos trabalhei com um membro do governo que tinha na sua sala, bem por detrás da secretaria e respectiva cadeira, um enorme quadro com o desenho de um labirinto.
Nunca consegui arranjar forças para explicar ao senhor porque não conseguia olha-lo nos olhos.
Nos meus pesadelos os labirintos são algo de constante e antes mesmo de me perder e desistir de encontra a saída, sufoco em pânico.
Que estupidez!
Como as portas e os espelhos que me surgem em todo o lado e durante o sono.
E por vezes, não resisto mais e atravesso-as. E do outro lado estão as personagens que aguardam que eu lhes dê voz, numa fila longa até perder de vista.
Estendem-me as mãos e eu digo que sim, prometo que um dia, mas recuo e volto a sair.
Há uma porta que sei não poder transpor.
É como se tivesse a certeza que por detrás dela está a desistência total da vida, o baixar os braços para sempre e nunca mais sonhar.
Sei exactamente qual é essa porta e conto os passos que irei dar até lá chegar.
É contra esse momento que luto todos os dias, numa tentativa tão forte de que a realidade não me destrua.
Nada em mim é normal. Vivo só e contudo movo-me acompanhada por dezenas de vozes sem rosto que exigem tudo de mim.

 

Tão só

Luísa Castel-Branco, 17.11.09
17 | 11 | 09
 
Vestia a solidão que a rodeava com panos imaginários. Vaporosos, translúcidos ou floridos como a memória que retinha da chita da sua infância.

Era uma forma como outra qualquer de se refugiar da vida, de percorrer os dias cumprindo todos os rituais que os outros esperavam.

Havia nela um sorriso triste que lhe moldava o rosto em permanência, como se fosse a maquilhagem que não usava.

Os tecidos envolviam-na e as suas diferentes texturas davam-lhe que pensar, tacteando-os sem se mexer, fixando-se em cada pormenor que não existia.

Muitas vezes, quando os colegas de trabalho falavam com ela, e ela respondia correctamente a todas as questões, mal sabiam eles que os via e ouvia através de cornucópias, flores miudinhas ou simples riscas que bordejavam os panos como se fossem fiapos.

Ninguém quer verdadeiramente saber o que nos vai na alma, quando todo o nosso corpo grita por ajuda. Não. As pessoas queriam conversas de circunstância, era compreensível, todos tinham os seus problemas.

E após tantos anos sozinha, a vida toda que não se cumprira, os sonhos que nunca passaram disso mesmo, ela inventara os tecidos que envolviam o seu dia-a-dia, em vez de encher a casa de gatos abandonados ou recolher-se nas igrejas, como aquelas mulheres vergadas que ali limpavam os corações e a maldade.

Quando soube que ia ser reformada, ao abrigo de uma qualquer lei, nem isso a surpreendeu.

Afinal, se tudo era apenas um compasso de espera, entre uma solidão acompanhada e o meter a chave na porta de casa e encontrar-se só, de que adiantava?

Foi então que passou a vestir as ruas da sua pequena cidade com os mesmos panos com que cobria a sua solidão.

 

 

in Destak 17 | 11 | 09

“Não Digas a Ninguém”

Luísa Castel-Branco, 10.11.09

 

 

 

Olho para o livro em exposição na livraria e pergunto a mim mesma: quem o terá escrito?

Vejo o meu nome e não reconheço mais de um ano de trabalho, bloqueios, crises e a vida, sempre a realidade a pesar-me nos ombros como um casaco molhado.

É bem verdade o que me diziam os escritores que entrevistei: Quando as palavras são impressas não mais nos pertencem.

São como o filho que abandonou cedo de mais o lar, cresceu e anda por ai, nas ruas, nos braços de outros.

Sensação tão estranha esta. Ouvi há poucos dias dizer Lobo Antunes (o gigante): "...sinto-me como um ladrão quando recebe um prémio ou um elogio. Não fui eu que escrevi o livro, apenas sou um transmissor das vozes que ouço e o destinatário é o leitor"

São efectivamente vozes que nos perseguem dia e noite, nos dominam o corpo.

Exigem que as tornes reais, nesse outro mundo que existe do lado de lá, e quando dou por mim passei para esse mundo irreal onde a realidade é muito mais plausível, concreta.

Até à ultima palavra de um romance, as vozes dominam-me e não o contrário.

Não posso dizer que vai ser assim e assim. Não me deixam.

Mas é bom saber que grandes figuras da literatura vivem assim, dia após dia.

Li que ninguém escolhe viver nesta duplicidade, que é ao mesmo tempo uma maldição e uma bênção.

Sinto-me como se estivesse à beira do precipício e não conseguisse deixar de olhar, fascinada, maravilhada, certa que estou de que ganharei asas quando saltar.

 

Nunca tive escolha. Tenho que escrever todos os dias e compulsivamente e se sempre o fiz, agora vivo numa luta contra o tempo.

Dar início a esta aventura aos 54 anos é, uma vez mais, lutar contra a ordem das coisas.

Só espero que os leitores partilhem desta minha "viagem" com o mesmo prazer como aconteceu com "Alma e os Mistérios da Vida".

Basta uma só pessoa sentir-se tocada pela minha história, e terá valido a pena.

 

 

 

 

 

Afinal quem fala verdade?

Luísa Castel-Branco, 03.11.09

 

As notícias sobre a gripe A são cada dia mais alarmantes. Seria pois de pensar que os grupos de risco, profissionais de saúde e os restantes grupos considerados prioritários tomassem de imediato a vacina acabada de chegar a Portugal.

Mas tal não acontece, bem pelo contrário. As recusas em tomar a dita vacina vêem de todo o lado: Médicos e enfermeiros, políticos.
E entre uma lista cada dia mais longa de doentes infectados, lá aparecem, também todos os dias, nos jornais e nas televisões, pessoas que julgamos saberem do que falam, a afiançar que a dita vacina é perigosa.

Mas, afinal, em que é que ficamos?

A Organização Mundial de Saúde é ou não o organismo máximo para poder validar, o que já fez, a vacina?

Surgem também notícias de que alguns países do Norte da Europa teriam retirado a vacina.

Mas, no dia seguinte, lá surgiram desmentidos, desta vez em letras bem mais pequeninas.

E perante tudo isto o que devem as portuguesas grávidas, as mães com crianças de alto risco (como é o caso da asma), os doentes crónicos?

Se a ministra fala, logo aparece alguém a levantar suspeitas da qualidade do produto.

Das duas uma, ou a gripe A se transformou em mais uma das várias facetas da guerrilha política, ou então todos nós agradecíamos que, de uma vez para sempre, decidissem se devemos ou não tomar a dita vacina.

 in Destak 03 | 11 | 2009