Estados de alma e coração
Os ingleses têm uma expressão muito engraçada: «sentir borboletas no estômago».
Tem múltiplas utilizações ainda que todas queiram abarcar o mesmo sentimento, o mesmo estado de alma: a paixão, a ansiedade perante algo que ansiamos, o momento exacto antes de saber se conseguimos ou não alcançar algo com que sonhávamos, enfim, tanta e tanta emoção que cabe nesta expressão!
Em português seria mais «um nó no estômago» mas sinceramente, a imagem das borboletas no estômago parece-me muito mais bela.
Deve ser assim que se sentem as crianças quando começam a descobrir a vida, dos primeiros passos às primeiras palavras.
Vem isto a propósito do dia de hoje, em que apresento o meu primeiro romance. As ditas borboletas andam para aqui que nem umas doidas no meu estômago e com esta simbologia escuso de falar do medo.
Porque efectivamente, é medo da responsabilidade de criar algo que deixou de me pertencer a partir do momento em que coloquei a última palavra no texto.
Mas, se algo me apoiou durante estes longos meses, de escrita solitária em momentos roubados à vida, porque todas as obrigações têm que ser cumpridas, tudo tem que continuar e foi madrugada a dentro que escrevi, foi sem dúvida a reacção que recebo continuamente dos leitores do Destak.As pessoas interpelam-me na rua para darem a sua opinião sobre as minhas crónicas, agradecem-me, outras retiram da carteira recorte de um qualquer texto.A todos vós que semana após semana me acompanham aqui no Destak, nos meus Instantes que são quase sempre estados de alma e coração, o meu muito obrigada pelo vosso apoio.
Quem tem que agradecer sou eu do fundo do coração!