Os cidadãos e a política
É compreensível a razão pela qual os portugueses cada vez se afastam mais da política. Se assistirmos a um dos muitos noticiários, na rádio ou na TV, ficamos convencidos de que o Mundo vai acabar senão hoje, talvez amanhã.
Somos bombardeados por notícias sobre a crise em Portugal, a crise no estrangeiro, a febre suína, enfim um manancial de problemas sobre os quais nós, enquanto cidadãos, gostaríamos de ter algumas explicações.
Mas cada vez que um membro do governo ou de um partido da oposição fala, é como se falasse para os outros políticos e não para os restantes portugueses. Linguagem hermética, ataques permanentes, mais parece uma arena ou o relato de um jogo de futebol.
Se acreditarmos no que os políticos dizem uns dos outros, então temos que aceitar aquela frase que anda na boca de tantos, há tanto tempo: São todos iguais! Não será seguramente possível concordar com todas as medidas de ambas as partes, mas que raios, porque não têm um pouco de decoro e deixam de se insultar como comadres zangadas?
E que tal explicarem de forma acessível a todos, os porquês e as consequências. Já alguém percebeu os avais do Estado à Banca enquanto um mero cidadão não consegue acesso ao crédito?
Fala-se do despedimento. Números e mais números mas não são verdadeiros porque por detrás de cada um existe um ser humano que em trabalho perde tudo, inclusive a dignidade e o respeito.
Temos um país a envelhecer e segundo os dados, apenas as comunidades emigrantes têm filhos. Mas, ao mesmo tempo, os homens e mulheres com mais de quarenta anos são já considerados velhos. Basta reparar nos anúncios dos jornais
in Destak 28 | 04 | 2009