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Luísa Castel-Branco

Estranho mas verdadeiro

Luísa Castel-Branco, 26.05.09
 

Um dia, sem razão aparente, por algo pequeno, o amor que existira entre dois seres humanos, aquilo que fora a base de uma relação longa, atribulada como todas as relações, desaparece sem aviso. Tantas provações, desilusões, alegrias em comum. Anos onde para além do amor, a amizade e cumplicidade tinha suportado tudo, feito frente à vida e mantido duas pessoas transformadas numa só. E depois, um incidente apenas, coisa minúscula, tem o poder de aniquilar tudo.

E, a partir desse momento, olhamos o outro e perguntamo-nos: Quem é esta pessoa que partilha a minha cama? Que faz aqui?

E nada volta a ser o que era. Perdeu-se a magia que torna possível suportar tudo e chegar ao fim do dia e saber que é ali que queremos estar.

Tudo se esvanece num simples momento. E o vazio, o silêncio instala-se. Ganha terreno, absorve as horas e não existe nada a não ser aquele padecimento da saudade do que um dia existiu.

Fica apenas esperar. Quantos não vivem juntos por não ter como se apartar, por inércia, por medo?

Mas uma vez que a gota de água atinge o copo, derrama-se sobre a mesa, o soalho, ganha volume e transforma-se num rio que pouco a pouco devora o que de bom existiu, deixando apenas um mar de lágrimas ou ainda pior, um mar negro e fundo e tão silencioso que corta a respiração.

A dor, essa, fica escondida dentro de cada um, embrulhada no orgulho e na contabilidade do deve e haver em que o amor se transformou.

É uma morte que já foi, só faltando enterrar o cadáver e ninguém parece ter coragem para o fazer.

É a vida.

 

 

 

in Destak 26.05.09

Amanhã volto.

Luísa Castel-Branco, 23.05.09

Peço-vos desculpas. Tenho andado tão assombrada pela vida e amarrada pelos medos que não tenho aqui vindo responder às palavras amigas que aqui depositam.

Hoje, sentem-me com o propósito de o fazer mas...

Sei que sou estúpida, mas comecei a ler os comentários e as lágrimas correm-me pelo rosto.

Prometo que volto amanhã.

Agora vou aninhar-me no sofá e sorrir devagarinho.

Obrigada a todos no fundo do meu coração.

Di Matoso disse sobre Qua a vida te seja leve

Luísa Castel-Branco, 23.05.09
a caminho do bules leo sempre o jornal quando ha neh e hoje aquelas palavras da cota luisa me tocaram era como se cada palavra fossem dirigidas a mim, o que mas me espantou foi a forma como me tocou ca dentro, sim sim esta cota escreve bue não é atou parabens força nisso.

 

 

Depois da tradução e exactamente por causa da mesma, esta cota agradece-lhe as palavras.

Desconhecido disse sobre Pai, que saudades!

Luísa Castel-Branco, 23.05.09

 

 

 

As suas palavras são exactamente as minhas, ao ler o seu texto tenho presente a imagem daquela maldita manhã de domingo à exactamente 20 meses, em que o meu pai partir com 59 anos feitos à 10 dias, vitima dessa doença silenciosa que é o cancro.
Meu pai, queria ter sido egoísta e não te deixar partir, mas não poderia nunca deixar que continuasses a sofrer.
Onde quer que estejas meu pai, sinto que estarás sempre presente na minha vida e à medida que a saudade aumenta amo-te cada vez mais, se é que isso é possível.
Obrigado Luísa por palavras tão certas.

Desconhecida, é realmente uma dor que nunca desaparece de dentro de nós. Toma formas diferentes com o passar dos anos, com a realidade dos dias e a luta que é viver. Mas de repente e sem aviso, é o perfume suave da lavanda, ou um flash que nos atira de repente com imagens de momentos, de odores, de cores ou um simples sorriso ou afago que nos ficou para sempre gravados na pele. É também saber que enquanto amarmos quem partiu, a morte não existe. Um beijo grande e não tenha vergonha de chorar e sofrer. Não peça desculpas a ninguém porque o nó dentro de si a devorará se não fizer o luto até aquele momento, sabe-se lá quando!, em que esse amor repousara para sempre dentro de si.

 

Cristiana A. disse sobre Qua a vida te seja leve

Luísa Castel-Branco, 23.05.09

A vida.
O que é a vida?
Saberei o que é a vida?
Do alto dos meus 19 anos sei que detenho o mundo na mao e o controlo com a minha ancia de sonhar... Mas a vida... sim! A vida nao é mais do que uma conjuntura de forças fundamentais capazes de gerar mudança num mundo individual, um tanto colectivo. O Homem existe no cerne de um par acção-reacção que o impulsiona...que o esbate mas nunca o apaga. A Humanidade, essa, é uma força inerte que carrega o Homem quando este nao pode, nao consegue avançar. O mundo...
Viver em linha recta é viver ao lado da vida. Demasiadas curvas? E vive-se a vida ao trambolhão... Mas o que importa? Que seja vivida! E quando chegar o ultimo sorriso, saberemos que nada deixamos para viver...

 

 

Cristiana,

É assim mesmo a vida.Aos trambões, com grandes expactativas e grandes desilusões.

Contudo, e tal como diz, quem não arrisca a viver e a sofrer passa por esta existência sem deixar uma unica marca ou saudade.

Um grande beijo e que a vida lhe seja leve ou não, mas real.

Mariana Gomes disse sobre Insónias. E hoje não há luar!

Luísa Castel-Branco, 23.05.09

     

 

Caros colegas e amigos,
Está decerto ainda presente em vós a imagem da Alexandra, a menina russa que vivia na família de acolhimento em Barcelos, onde aprendeu, a partir dos 17 meses o significado da palavra família: amar, cuidar, alimentar, proteger, …..
De repente, é entregue á sua mãe biológica, que como também vimos, não deverá apresentar as mínimas condições para exercer o seu papel (…. Já não estamos a questionar aquilo que não sabemos).
Por essa razão, um grupo de seis pessoas, no qual eu me incluo, decidimos actuar e não apenas comentar ou lamentar a tremenda injustiça praticada com esta pobre menina.
Para esse efeito, criámos um blog :
http://xaninhanossa.blogspot.com onde está o link para uma petição com o fim de a trazer de volta ao país da sua nacionalidade, à família onde ela conheceu o significado da palavra amor, …….
Peço-vos que vão consultando o blog, o divulguem ao máximo aos vossos amigos e conhecidos. Somos pequenos mas queremos tornar-nos GRANDES, porque queremos TRAZÊ-LA de volta e trazer-lhe a felicidade que foi interrompida…..
NÃO VAMOS PARAR…..
TODOS OS VOSSOS CONTRIBUTOS PARA ESTA CAUSA SERÃO MUITO APRECIADOS.
POR FAVOR, DIVULGUEM E CONSULTEM O BLOG ONDE SERÃO PERMANENTEMENTE DIVULGADAS AS NOSSAS ACÇÕES PARA TRAZER A MENINA…
HÁ UMA CERTEZA: NÃO VAMOS DESISTIR!!!!!!!!
Estou muito grata pela vossa atenção.
Para aqueles que simplesmente não aceitam os moldes em como a Xaninha foi "trocada", por favor visitem o Blog
http://xaninhanossa.blogspot.com
e assinem a petição
http://www.peticao.com.pt/alexandra

Peço-vos que por momentos se coloquem, na mente desta menina, e perguntem a vocês se o que se passou (entrega da Xaninha) e um rapto, teve alguma diferença!!!!!

Dália Liberato,
Miguel Macedo,
Isabela Castelar,
Sofia Ribeiro,
Mariana Gomes
Zarita Eanes

 

 

Agradeço o envio da informação.

Têm razão. Basta meia duzia para fazer a diferença.

 

 

Insónias. E hoje não há luar!

Luísa Castel-Branco, 22.05.09

 

Sempre que venho no caminho para casa, os meus olhos ficam presos num enorme pinheiro em que um dos troncos caiu por terra.
Vejo para lá do muro, o tronco tão largo que eu não o conseguiria abraçar, rachado, caído como um combatente abandonado, alguém que um dia se perdeu para nunca mais voltar.
Apetecia me saltar o muro e tocar naquele tronco. Passar os meus dedos pela fenda enorme que o derrubou, sentir a transformação da madeira que pouco a pouco vai perdendo a cor.
Imagino que em noite de lua cheia, aquele enorme pinheiro e o seu tronco derrubado por terra, ocupando um enorme espaço, deitam sombras estranhas sobre as pedras do muro, a própria estrada.
A natureza fascina-me e vem-me à cabeça Pessoa e as suas palavras.
As minhas paixões também são bucólicas e sempre acreditei que nasci na cidade por algum engano cósmico.
A terra, o pulsar da terra, o perfume da terra molhada, as cores que a vestem consoante as estações, tudo isso está inscrito no meu sangue e eu não sei porquê.
O mesmo se passa com casas. Há tantos anos que pinto, desenho, sonho com casas.
Não gosto de coisas novas e acredito que as casas guardam os segredos de quem lá vivem, e que as lágrimas e os risos que um dia ali viveram vestem agora o soalho e lambem as paredes num mistério que dá a cada lugar a sua identidade.
Leio os anúncios, guardo na minha memória as imagens que mais me marcaram e é como se eu andasse em busca do local de onde vim e que não reconheço mais mas sei que lhe pertenço.
As pessoas gostam do mar, da praia.
Eu gosto de o visitar de Inverno, de lhe sentir e cheiro e a bravura e nada mais.
Mas um muro velho, onde a hera cresce e um portão que deixa antever uma casa é razão suficiente para a minha alma voar e dou comigo a criar vidas que ali viveram, rostos de mulheres colados nas vidraças olhando a estrada com saudade.
Provavelmente pode ter-se saudades do futuro que devia ser, ou do presente que não é e do passado que nunca existiu.
Que digo eu? Que escrevo eu aqui a esta hora da madrugada?
Desalinhos de alma com insónias.
A casa que dorme e finalmente me pertence.
A saudade dos risos dos meus filhos.
A saudade dos meus risos.
Voltei a ser ave nocturna.
Por mim saia por ia a ver as estrelas e só recolhia a casa quando os galos cantassem. Aqui não há galos mas oiço os cães ladrarem no escuro e isso reconforta-me.
Talvez eu tenha em mim recordações de outras vidas e por isso me sinta tão deslocada no papel que tenho que executar nesta encarnação.
Hoje como sempre sou aquela que não encontra caminho, que não sabe ter prazer na companhia de outros que não o meu minúsculo mundo.
E contudo, eu nunca menti.
Mas por mais que explique tudo isto, ninguém me acredita ou entende.
Nada como a porta mágica da televisão para nos tornar reais no imaginário dos outros.
Afinal, a única coisa que é verdadeira é a solidão mesmo quando acompanhada.
 

Qua a vida te seja leve

Luísa Castel-Branco, 19.05.09
 

Que encontres muitos amigos ao longo do caminho e sejas capaz de seres fiel a ti mesmo e aos teus princípios.

Que o amor te abrace uma e outra vez e quando chegar aquele momento, aquela pessoa que a saibas reconhecer e agarrar.

Que nunca faças nada de que os teus filhos um dia se possam envergonhar.

Pensa antes de agir, mas não desistas dos teus sonhos só porque os outros dizem serem impossíveis.

Luta pela vida e respeita o teu corpo. Não desbarates as tuas energias e a tua alma naquilo que é fácil, que é agradável e te traz alegria instantânea.

Nada na vida se consegue sem luta. Recorda para sempre esta verdade e abraça os desafios como oportunidades.
Duvida dos elogios fáceis, afasta-te de quem fala por falar e tem sempre a boca cheia de palavras cruéis sobre os outros.

Não aceites as certezas da maioria. Luta pelo que acreditas, mesmo que te sintas só. Nada é tão importante como sermos verdadeiros connosco e olharmo-nos no espelho e não termos vergonha do que vemos.

Respeita a família. A tua e a dos outros.

Respeita os homens e mulheres que encontras todos os dias, vergados ao trabalho, porque são esses que te merecem, a ti e ao teu coração.

Afasta-te sim de quem vive para as aparências, de quem julga o próximo seja através da religião, do sangue ou qualquer outra premissa.

Recorda-te que todos têm medo de algo, e não te envergonhes de dizer o que temes.

Sê gentil com os seres humanos. Alimenta a tua memória dos bons momentos e tenta esquecer a tristeza que as desilusões nos trazem.

Nunca mintas a ti próprio. Nunca aceites a derrota como inevitável e por isso tens que acreditar em ti, nos teus sonhos.

Não te esqueças que no caminho da vida irás muitas vezes escorregar e cair.

O que importa é como te levantas uma vez mais e principalmente, quantas vezes levantas voo.

Não te esqueças de amar perdidamente e chorar sem vergonha.

Só quem sofre pode saborear o que é grande, imenso e verdadeiro.

Por último, nunca duvides que nenhum amor se pode comparar ao que sentes pelos teus filhos.

Que possas dizer no final da tua vida que fizeste tudo por eles, sendo justo mas firme.

Enquanto existir um só ser humano que te recorda com saudade serás eterno.

E tudo terá valido a pena.

 

in Destak19 | 05 | 2009 

Expliquem melhor por favor!

Luísa Castel-Branco, 08.05.09
 
  

O que eu gostaria mesmo era de que algum meio de comunicação social fizesse uma série de entrevistas de rua, aleatórias, abrangendo pessoas das mais diversas idades e lhes perguntassem se fazem ideia de quando são as eleições europeias e quem são os candidatos.

Nem precisavam de sair da capital. Estou segura de que a maioria não saberia dizer o dia exacto e muito menos quem são os candidatos de cada partido. Não acreditam? Então experimentem!

E quem é que se admira? Eu não! As notícias que aparecem variam entre as previsões terríveis da crise mundial, às óptimas novidades do Executivo. Pelo meio ficamos todos nós. Quem paga empréstimo à habitação continua à espera que ele desça. Entre quem está desempregado e o medo instalado de aumentar o número, fica um larguíssimo espaço para contratos a prazo e lá voltamos aos despedimentos ao fim de dois anos a recibo verde para a empresa não ter que incluir o funcionário no quadro. Quem necessita de uma operação sabe bem a lista de espera. E quem for a uma farmácia aviar os seus medicamentos constata que afinal os preços não desceram, pelo contrário.

No meio disto tudo, andam os políticos a discutir o Bloco Central e outras conversas entre eles.

O que ninguém nos explica a nós é como é possível os políticos viverem num país diferente onde tudo acontece de forma diferente daquela que os cidadãos a sentem.

Já agora, só uma nota: Mais de 70% das leis que nos regulam vêm directamente de Bruxelas!

Coisa sem importância não é?

 

 in Destak 05 | 05 | 2009