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Luísa Castel-Branco

O SEGREDO DO SEGREDO

Luísa Castel-Branco, 03.08.07
Por vezes é necessário parar.
O dia a dia sufoca-nos e retira-nos a capacidade de ver para além da circunstância em que estamos.
Vem isto a propósito do livro “O Segredo” de Rhonda Byrne, editado pela Lua de Papel, que já vendeu em 33 países mais de 100 mil exemplares.
Assisti há dias a uma conversa entre amigos sobre o tema e procurei saber mais.
O livro está a gerar controvérsia, com apoiantes fervorosos e outros a acusaram-no de ser mais uma “fast-food” para a alma.
Mas de que se trata e porque é que se prende com o inicio deste meu texto?
 
“…Parte-se do principio de que, sendo o universo feito de energia, tudo o que pensamos e sentimos se materializa nas situações de vida para o melhor e para o pior.
…Peça o que quer, acredite e não se preocupe com o modo de alcançar o seu desejo. Ele vai cumprir-se, graças à Lei de Atracção, conceito-chave do livro.” (in Visão)
 
Óptima forma de sintetizar o conteúdo desta obra, cheia de depoimentos sobre vidas de pessoas que se alteraram profundamente ao conhecerem e aceitarem o Segredo.
Esta é mais uma obra de auto ajuda, das muitas que têm sido publicadas em todo o mundo.
E a questão básica é porque precisamos nós todos de ajuda, num momento de prosperidade, pelo menos além fronteiras, de liberdade plena, enfim, quando uma boa parte da humanidade parece ter acesso a tudo.
O problema, é que mesmo com o acesso a bens materiais, a tudo o que o dinheiro compra, falta-nos o resto.
E o resto é esta fome de infinito, ou se preferirem, esta demanda permanente da razão das coisas.
Tentamos desesperadamente dar sentido à vida, ou procurar o sentido da vida, e não encontramos a resposta.
Por isso, se eu acreditar no Segredo e focar o meu pensamento no que quero alcançar, e acreditar piamente que a Lei da Atracção vai funcionar, então encontro a esperança em alcançar os meus desejos e sonhos.
Claro que há um fundo de verdade nesta premissa avançada pelo livro.
Se eu tiver uma postura negativa perante a vida, se eu duvidar de mim constantemente, se eu culpara a má sorte (o que quer que isto queira dizer) ou os outros por todos os revezes, então nunca irei ser capaz de construir um futuro.
Mas, se eu me sentar na minha sala, a olhar com clareza o meu objectivo (seja ele qual for) e não mexer um dedo, seguramente que a dita Lei da Atracção vai dar de caras com a porta fechada e nada mais!
Voltemos pois ao início desta nossa conversa.
Por vezes, é necessário parar.
Obliterar todos os sons, refugiarmo-nos dentro de nós e equacionar de uma forma fria o que é a nossa vida, se é isso que queremos, e principalmente como nos vemos daqui a cinco ou dez anos.
Porque se procurar-mos bem, sem o barulho dos dias, podemos encontrar algo que nos faria feliz.
E se tivermos que mudar toda a nossa vida para alcançar esse sonho, é altura de o fazer.
A felicidade dá muito trabalho a construir. Mas arrastarmo-nos pela nossa curta existência sem a saborear, só pode transformarmo-nos em seres infelizes e amargurados.
Por isto tudo, roube ao mundo uns preciosos minutos para si.
E olhe o futuro.
O segredo, no fim de contas, é acreditarmos em nós mesmos e também aprender a gostar de nós.

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